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O desenvolvimento sustentável tem limites. Há um equilíbrio a ser mantido. Manter o equilíbrio representa estabelecer limites para as intervenções humanas, de tal forma que a capacidade da natureza de responder positivamente não seja ultrapassada. A formação dos diferentes biomas levou milhares de anos. Não é difícil entender, então, por que a recuperação é tão demorada. É por este motivo que o desenvolvimento, para ser sustentável, tem que respeitar limites.
A construção de uma hidrelétrica, por exemplo, não pode desconsiderar a fauna, a flora, a cultura, a história, enfim, todos os aspectos geográficos, históricos, culturais, sociais e ambientais, mesmo que a energia seja essencial, sob pena dos malefícios serem maiores do que os benefícios. É bom lembrar que os benefícios não podem ser para alguns. Muito menos, que somente alguns paguem pelos prejuízos da ação. As grandes hidrelétricas são exemplo perfeito desta situação. Tanto é que a partir do balanço dos aspectos negativos e positivos, o ideal é a construção de obras menores, mesmo que em maior número. Este também foi um dos motivos, hoje questionados, para tornar o licenciamento ambiental mais rigoroso. As compensações exigidas para mitigar estas obras gigantescas, em geral, são insuficientes. Replantar árvores é uma ação benéfica, porém, jamais compensará a derrubada da floresta original.
Há um mundo nestes ambientes formando uma verdadeira teia de vida. Espécies extintas durante a ação quebram esta rede vital. A reposição não acontece como peças em um tabuleiro.
Ao falar de crescimento, fala-se também de planejamento, ou seja, da delimitação do desenvolvimento. O limite meramente econômico provou ser um monstro voraz de múltiplas cabeças.
Satisfazê-las nem sempre é possível. Neste caso, a ganância toma o lugar do crescimento. Esta lógica é demonstrada pelos inúmeros casos de destruição: rios sem vida, terras que viraram desertos ou amontoados de resíduos tóxicos, alterações climáticas que desordenam a frequência e a intensidade de fenômenos naturais como chuvas, ventos, secas, temperatura.
Em geral, o desenvolvimento global se deu sem regras, sem limites. Este modelo desordenado e sem planejamento tem ocasionado um custo socioambiental muito alto.
O retorno da exploração do carvão no Rio Grande do Sul é mais um exemplo de crescimento que desconsidera limites. Quanto custará ao Estado e a população as mudanças ambientais e a redução da saúde decorrentes da exploração e do uso deste combustível sujo? Quanto custarão as toneladas de emissões tóxicas? A movimentação da economia tem sido a justificativa para o retrocesso que se desenha. Os passos dados para trás jamais serão compensados. A visão imediatista de lucro da economia tradicional está abreviando ou suprimindo o futuro das gerações mais jovens. Aquecimento global não é conspiração. É a negação de que vivemos em um planeta finito.